No dicionário do Aurélio, encontrei vários significados para o verbo perder: ter mau êxito em, esquecer um lugar de que não se tem lembrança, deixar de ver ou de ouvir,deixar de ter...

Desde que nascemos passamos pela vivência da perda de um objeto, lugar, escola, amigos, emprego, família, animal e tantas outras mais. Porém, algumas pessoas conseguem lidar melhor com a perda, mas outras não suportam sentem- se frustradas, derrotadas ou privadas. Então, o que fazer?

Segundo Elizabeth Kübler–Ross, todas as perdas são oportunidades de desenvolvimento.
Precisamos perder para ganhar. Nós, humanos, somos feitos de opostos: dor e prazer; alegria e tristeza; ódio e amor; encontros e desencontros; vida e morte. É pura ilusão querermos ter tudo e não perdermos nada.

Infelizmente, muitos pais 'por amor' querem impedir que seus filhos vivam a dor da perda, mesmo que seja de um brinquedo. Eles acreditam que, deste modo, vão protegê-los. Não percebem que ninguém descobre a sua fortaleza, coragem, dentro de quatro paredes ou pisando em almofadas. É preciso estar no mundo cheio de contradições enriquecedoras para se desenvolver e crescer fortalecido, pois no momento em que ocorrer uma 'perda irreparável' como de um ente querido, possa enfrentar ou pedir ajuda para passar por ela sem muitos danos.
O psicólogo pode auxiliar a pessoa a lidar com a realidade da perda, sendo uma pessoa acolhedora, oferecendo um espaço tranquilizador, onde a pessoa possa encontrar uma escuta técnica. Com empatia, paciência, autenticidade, aceitação e, principalmente, amor pelo ser humano.

Cada um tem um tempo para elaborar o seu luto pela perda sofrida. Uns tem um luto simples outros traumático. Alguns passam pela fase da negação, da raiva, revolta e depressão. Mas, com ajuda do psicólogo poderá vir a aceitar e aprender que passar por estas fases e que chorar não é ruim, mas, necessário para expressar os seus sentimentos até que se sinta seguro o suficiente para conseguir seguir em frente com saudade, mas seguir sabendo que “... só se tem saudade do que é bom, se chorei por saudade não foi por fraqueza, mas porque amei.” (Nelsinho Corrêa).

Então, não tenhamos medo de amar, de nos doar, perder, sofrer, chorar ou mesmo sentir raiva porque tudo isso faz parte da roda da vida. Hoje, podemos estar felizes por que ganhamos, mas amanhã podemos estar tristes porque perdemos um ente querido. O importante é decidir viver e , quando necessário, pedir auxílio para que possamos caminhar nessa roda mais seguros.