Autismo: como reconhecer os sintomas precoces?
Publicado por: Adriana e Sandro Quintana em 22/2/2013
Categoria: Psicologia
“No campo da interação social, as alterações vão desde um total isolamento, passando por uma dificuldade de lidar com ritmo de conversa, entender metáforas e ironias, até uma fixação em um único assunto e tom de voz sem variação”
Sandro Quintana: Até o momento, ainda não existe um exame técnico que faça um diagnóstico com 100% de certeza que comprove se uma pessoa é ou não autista. Desta forma, o diagnóstico é feito de forma clínica, através da observação de certos padrões de comportamento específicos característicos de uma síndrome do espectro autista. Dessa forma, para identificar se uma pessoa é autista, é preciso observar se ela tem alguma alteração qualitativa do que chamamos de “tríade autística”, nas áreas de comunicação, interação social e capacidade de lidar com mudanças. É importante reforçar que esta é uma alteração qualitativa, não quantitativa. A pessoa não deixa de ter essas habilidades. Apenas as realiza de forma diferenciada, fora dos padrões considerados “normais”. No campo da comunicação, essas alterações vão desde uma ausência ou atraso do desenvolvimento da fala, passando por falas repetitivas e aparentemente sem sentido, fixação em um único assunto, até uma fala com pouca ou nenhuma variação de tom. No campo da interação social, as alterações vão desde um total isolamento, passando por uma dificuldade de lidar com ritmo de conversa, entender metáforas e ironias, até uma fixação em um único assunto e tom de voz sem variação. Por fim, a dificuldade de lidar com mudanças pode se apresentar na forma de um TOC (transtorno obsessivo compulsivo), movimentos repetitivos sem função aparente (chamadas de estereotipias), até simples “manias” de arrumação, de enfileirar, etc. Apesar do autismo só poder ser confirmado aproximadamente na faixa dos 6 anos de idade (idade máxima da formação da linguagem na criança), muitos pais, após o diagnóstico, costumam se lembrar de comportamentos “estranhos” da criança, mesmo com meses, como por exemplo: não se aninhar quando pego no colo, enfileirar objetos, gritar sem motivo aparente, ou não atender quando chamado e não reagir a barulhos altos (muitas crianças autistas primeiro são diagnosticadas como surdas por causa disso). Estes comportamentos, assim como os anteriormente citados, permitem que ao menos se desconfie de autismo. O mais importante, após o diagnóstico, é estimular a pessoa autista, focando em suas potencialidades, não em suas limitações.
SANDRO QUINTANA É PSICÓLOGO E COLUNISTA CONVIDADO.
(CRP: 05/39515)


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