“Procurar ajuda do psicólogo e do psiquiatra é papel fundamental neste momento. O psiquiatra irá indicar a medicação adequada”
Karina Fatá: O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) é uma forma de transtorno caracterizado pela variação extrema do humor em fase maníaca e em fase de depressão. Até bem pouco tempo este transtorno era conhecido pelo nome de PMD (psicose maníaco-depressiva).
Na fase maníaca os sintomas são: hiperatividade, grande imaginação, alegria contagiante, humor excessivamente elevado, euforia podendo chegar à manifestação de grandeza, vigor físico sem limites, impaciência. Na fase depressiva os sintomas são: inibição, lentidão, ansiedade, tristeza, perda da auto-estima, sentimentos de inferioridade, cansaço constante, dificuldade de concentração, pois as idéias fluem lentamente, diminuição da motivação, medo de ficar doente ou morrer. Diminuição ou perda da libido.
Vale à pena ressaltar que estes sintomas podem ser experimentados por qualquer pessoa que passe por problemas de ordem emocional em sua vida, ou seja, uma morte de alguém querido, demissão, perdas etc. Porém, as mudanças de humor do distúrbio bipolar são mais extremas, variam de uma pessoa para a outra, tanto em intensidade quanto em duração e podem causar sérios prejuízos.
Para os que convivem, é comum ter dificuldade para distinguir uma tristeza de uma depressão; ou uma alegria de uma euforia.
O primeiro passo é reconhecer que algo não vai bem e buscar ajuda.
Já sendo este, um grande começo.
Pois muitos demoram a reconhecer que estão em crise, e adiam o tratamento.
Procurar ajuda do psicólogo e do psiquiatra é papel fundamental neste momento. O psiquiatra irá indicar a medicação adequada. Já o psicólogo irá ouvir e acolher o paciente na sua dor e através das sessões irá acompanhá-lo neste percurso, criando possibilidades de conhecimento e evitando que ele ultrapasse os seus limites psíquicos, reconhecendo suas possibilidades e limitações.
Vale lembrar que:
A oscilação de humor, a tristeza, a alegria e até a dor, fazem parte da condição do ser humano. Somos seres humanos capazes de nos afetarmos por questões do nosso trabalho, da nossa vida pessoal. Quem disse que temos que ser felizes o tempo todo?
O importante é ficar atento, pois muitas vezes uma pessoa que perde alguém corre o risco de receber o diagnóstico de TAB (Transtorno Afetivo Bipolar) inadequadamente. Adolescentes que passam por dificuldades emocionais naturais desta idade, ou até crianças passando por problemas familiares, também podem estar tomando estes “estabilizadores” de humor, sem necessidade.
Contudo, nos primeiros sinais de mal estar, procure ajuda e tenha em mente que, entre a oscilação inevitável do humor e o diagnóstico de Bipolar, existe uma variedade de sintomas e características do que é considerado natural para aquela determinada pessoa ou patológico.
KARINA FATÁ DAHAN É PSICÓLOGA E COLUNISTA CONVIDADA.
(CRP: 23438/5)