Saiba o que é mioma e a pré-disposição para desenvolvê-lo
Publicado por: Michel Zelaquett em 28/1/2013
Categoria: Ginecologia
Conteúdo Saúde: Como surgem? Quem está mais propenso a ter miomas?
Michel Zelaquett: Os miomas, também chamados de leiomiomas ou fibromas são tumores musculares benignos que surgem através de alterações nas células musculares do miométrio (parede muscular do útero). Então, os miomas se desenvolvem na parede uterina (miométrio) podendo estar localizados mais internamente ou externamente. O aparecimento dos miomas dependem de sua pré-disposição hereditária e de sua característica estrógeno-dependente. Assim, as mulheres mais propensas a ter miomas são aquelas que na família existem casos de miomas. Mulheres que estão na menacme, ou seja, na idade fértil, também estão sujeitas a ter miomas. Além disso, mulheres que não possuem filhos e mulheres da raça negra também tem uma probabilidade maior de ter uma neoplasia muscular benigna uterina.
Conteúdo Saúde: Mioma é câncer?
Michel Zelaquett: Não. Mioma é uma neoplasia muscular benigna do útero e a sua transformação em tumor maligno é extremamente rara.
Conteúdo Saúde: Quais são os problemas que ele ocasiona?
Michel Zelaquett: O sintoma mais comum é o sangramento menstrual excessivo, em geral, com saída de coágulos, associados ou não às cólicas. Este sangramento pode ocorrer também fora da menstruação e por períodos prolongados (metrorragia) podendo levar a anemia.
Quando os miomas crescem muito podem levar ao aumento do volume abdominal, a sensação de peso em baixo ventre, aumento da frequência urinária (devido à compressão da bexiga) e constipação intestinal (devido à compressão do intestino).
Cólicas menstruais (dismenorréia), dor durante o ato sexual (dispareunia) e dores pélvica e lombar podem ser causadas pelos miomas, no entanto, outras condições ginecológicas podem levar a esses sintomas também, como a endometriose e a adenomiose.
Em relação à fertilidade da mulher, os miomas podem causar não só dificuldade para engravidar, como também na manutenção da gravidez. Os miomas submucosos, localizados na cavidade uterina, são os que causam maior prejuízo, pois podem dificultar o acesso dos espermatozóides ao óstio tubário e, consequentemente ao óvulo podendo assim dificultar a implantação do embrião na cavidade uterina, tanto por meios mecânicos, quanto por meios químicos. Os miomas intramurais e transmurais podem causar infertilidade quando, por conta de sua localização e de seu volume elevado (em geral maior do que 6 cm de diâmetro) distorcem a cavidade uterina ou causam compressão sobre as trompas agindo mecanicamente dificultando o encontro dos espermatozóides com o óvulo e a implantação do embrião.
Conteúdo Saúde: Quais são os tipos?
Michel Zelaquett: Basicamente existem 4 tipos de miomas. Os intramurais, os submucosos, os subserosos e os pediculados.
Os miomas intramurais são os que nascem e permanecem na parede uterina. Às vezes, quando os miomas intramurais crescem demais podem atingir tanto a cavidade uterina quanto a parte mais externa do útero. Neste caso, eles podem ser chamados de miomas transmurais.
Os miomas submucosos surgem na porção da parede uterina mais próxima do endométrio (camada que reveste a cavidade uterina) podendo às vezes migrar completamente para o interior da cavidade uterina. Os miomas submucosos são os principais responsáveis pelos sangramentos vaginais.
Os miomas subserosos também surgem na parede uterina, porém mais próximos da parte externa do útero, chamada de serosa.
Os miomas pediculados são miomas subserosos que crescem para fora do útero até ficarem ligados ao mesmo por um pedículo, como se fosse uma ponte. Em raras situações os miomas pediculados podem se desprender do útero e cair na cavidade abdominal, sendo nutridos por outros órgãos, mais comumente pelo epíplon, sendo chamados de miomas parasitários.
Conteúdo Saúde: Existem opções terapêuticas para os miomas?
Michel Zelaquett: Sim. Atualmente com as diversas técnicas disponíveis, quase sempre a retirada do útero é desnecessária para o tratamento dos miomas uterinos. As opções de tratamento dos miomas uterinos vão desde medicações, passando por tratamentos não invasivos e minimamente invasivos, como ExAblate e embolização dos miomas, respectivamente, até os tratamentos cirúrgicos para retirada dos miomas com preservação uterina, chamados de miomectomia.
MICHEL ZELAQUETT É GINECOLOGISTA E COLUNISTA CONVIADADO.
(CRM: 5270009-6)


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