André Wyllie: A escolha da profissão é um dos momentos mais importantes da vida de uma pessoa, pois implica em assumir um compromisso com uma trajetória que norteará toda a sua existência. Decisões de carreira normalmente ocorrem na adolescência, porém também são bastante comuns durante a vida produtiva das pessoas. Existem várias correntes teóricas que procuram explicar os fatores que atuam no momento da decisão profissional. Estes fatores podem variar desde a herança genética, relacionada com a vocação profissional do indivíduo, até as informações, experiências de vida e relacionamentos que ele desenvolve com pessoas capazes de influenciar sua opinião. O que parece ser comum entre a maioria das abordagens de orientação profissional é o desenvolvimento da capacidade de analisar informações sobre as diversas opções profissionais e de tomar decisões baseadas no conhecimento das suas próprias crenças e seus valores, dos seus interesses e suas habilidades, do seu diferencial pessoal e seus objetivos de longo prazo e, sobretudo, da sua missão profissional. Tanto o autoconhecimento como a capacidade de investigar e decidir podem ser desenvolvidos com muito sucesso em processos de coaching de carreira. O coaching funciona como uma parceira na qual um coach ajuda seu cliente a transformar seu próprio potencial em resultados práticos e significativos para sua vida. Uma das abordagens comuns no coaching de carreira costuma considerar a escolha da profissão como um dos passos necessários para atingir objetivos de longo prazo do cliente e não como um ponto de partida. Desta forma, é possível fazer o “caminho inverso” e, a partir de desejos de uma situação de vida no futuro, descobrir quais seriam as opções profissionais com melhores chances de concretizar estes desejos do cliente. Os seguintes critérios de escolha aparecem frequentemente: em que área geográfica desejo viver e trabalhar; que habilidades escolho usar no meu trabalho; em que áreas de interesse quero focar; que condições de trabalho desejo para mim; em que ambiente e com que tipo de pessoas quero me relacionar; que nível de responsabilidade e renda estou buscando. Essa abordagem se justifica plenamente num mundo em que as pessoas se identificam mais com padrões de vida e menos com as tarefas em si; um mundo em que, cada vez mais, as pessoas mudam de atividade profissional ao longo de sua vida, buscando satisfação em outros ramos de trabalho.