Nos dias de hoje existe uma enorme possibilidade de opções que podemos fazer em nossas vidas. Nós estamos cada vez mais livres para sermos o que quisermos.
As escolhas são muitas e isso vem causando sofrimento. Se optarmos por seguir um caminho, é certo que deixamos alguns outros para trás. Toda escolha tem conseqüências e mais importante do que realizar uma escolha é a capacidade de enfrentar as suas conseqüências nos seus pontos positivos e negativos.
Não podemos fazer tudo que queremos todo o tempo, para tudo se tem um limite, o importante é selecionar o que é melhor para nós e não termos medo de nos arriscarmos um pouco. Afinal, como diz o famoso dito popular “quem não arrisca, não petisca”.
A vida é uma só e a única certeza que temos é que ela tem fim e isso angustia. Diante dessa angústia, criamos maneiras diferentes para lidar com ela, dando sentido aquilo que não tem sentido.
Por isso, a angústia é importante e não deve ser tamponada como nossa sociedade hoje tenta fazer. Ela deve ser vivida e enfrentada, ela é fundamental para o funcionamento psíquico.
Em uma sociedade onde se dominam o bem-estar, a felicidade e a beleza, sentimentos que causam algum nível de desconforto são cada vez mais vistos como patológicos.
Mas, como acreditava o psicanalista Jacques Lacan, a angústia é o único sentimento verdadeiro. Ela nos coloca em um confrontamento psíquico com nós mesmos que pode nos levar a soluções subjetivas e criativas, fazendo com que vivamos nossas vidas de uma forma mais original e menos articulada com o desejo do Outro, embora saibamos que não podemos nos livrar dele.

Aline da Silva Fernandes Dias