A adoção é uma elaboração social, e desenvolveu-se diferentemente, nas diversas culturas e regiões geográficas. Portanto, falar sobre o tema torna-se complicado, mas importante.
De uma forma geral, os adotados procuram compreender suas histórias de vida para preencher as lacunas e corrigir as divergências criadas por informações incompletas e contraditórias.
Embora os pais adotivos sejam em grande parte aconselhados a contar a uma criança que esta é adotada, ainda encontramos pouca informação sobre os antecedentes da criança sendo revelada.
Muitas vezes, por receio e temor que o filho saiba sobre sua família biológica, os pais adotivos assumem uma postura de distanciamento acreditando evitar conflitos em sua relação com a criança. Desta forma, ainda encontramos o segredo no núcleo da prática tradicional da adoção, o que leva muitos adotados a manterem suas questões para si mesmos. Ao mesmo tempo, há aqueles que decidem desafiar os segredos, na busca de eliminar a tensão e melhorar a qualidade da comunicação familiar. Muitos sintomas que os filhos adotados apresentam surgem a partir da tensão que se cria em torno dos segredos, dos fatos mal explicados e das lacunas no passado.
Cada um percebe e vivencia as experiências a sua forma, portanto, cada caso é singular e deve ser analisado de forma poderada. Além disso, a identidade própria é também construída sobre o sentido que se pode extrair da história da própria vida, ao mesmo tempo que a disposição e capacidade dos pais adotivos para discutir a adoção e para compartilhar informações criam adultos mais seguros. Muitos não se vêem em condições para tal, necessitando de ajuda. A terapia familiar é benéfica nesse sentido, auxiliando àqueles que buscam lidar com a questão de forma a preservar as relações familiares e o afeto entre seus membros.