Todo o processo de adoecimento traz sofrimento físico e psíquico. Tratar a doença em seus aspectos biomédicos é tão importante quanto tratar da pessoa que adoece em sua dimensão psicológica de ser, sentir e se relacionar, para aliviar esse sofrimento.
O câncer não é uma doença nova e já comprometia a saúde do homem há mais de três mil anos antes de Cristo. Embora os avanços da ciência, hoje em dia, possibilitem um grande número de diagnósticos precoces e êxito no tratamento do câncer, ainda existem muitas idéias equivocadas sobre a doença. A palavra câncer traz em si muitos mitos ligados à morte.
Diagnósticos e os tratamentos para o câncer costumam trazer pensamentos acerca da finitude da vida, produzindo muita dor psíquica, ansiedade, angústia e incertezas da vida para o paciente.
O tratamento do câncer requer uma estrutura médico-hospitalar e recursos humanos qualificados, integrando equipes multiprofissionais. A dimensão biomédica do tratamento para a doença geralmente se compõe da combinação de quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que por sua vez, tambem produzem diversos efeitos colaterais contribuindo para o aumentando da angústia.
Informações de diagnóstico, decisões sobre tratamentos e suas consequências são sempre muito delicadas e envolvem questões em cujo centro está a vida do paciente. A participação de um psicólogo na equipe oncológica multiprofissional e a escuta do sujeito adoecido e de seus familiares, contribui para que o tratamento e suas implicações tornem-se mais humanizadas e éticas para o alívio das dores psíquicas.
Em geral se observam cinco estágios pelo qual o paciente passa ao lidar com o diagnóstico de câncer, a saber: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. Contudo, nem sempre todos os estágios ocorrem e sua ordem pode se apresentar diferente em cada pessoa, mas pelo menos dois desses estágios psicológicos são percebidos nos pacientes.
A função principal do psicólogo será de ajudar o paciente a lidar com suas angústias, possibilitando que o enfrentamento da doença e do tratamento, ocorram de maneira mais humana e que mesmo nos casos de impossibilidade de cura, contribua com uma condução humanizada para que a vida possa chegar até onde for possível, com dignidade e respeito. Que em síntese é o que todos almejamos, quer estejamos doentes ou sãos.
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