O mundo feminino e os ditames de beleza no mundo contemporâneo.
Publicado por: Marcia Barbosa em 16/2/2011
Categoria: Psicologia
Há uma beleza imposta às mulheres na qual a mídia ocupa um papel fundamental para divulgação deste padrão. Silicone “dos pés à cabeça”, botox, magreza, cabelos lisos com escova progressiva, definitiva, com formol ou sem formol, com implante ou sem implante. Vende-se uma idéia da mulher que pode manter-se bela 24 horas por dia. Aquelas que não podem ou não querem aderir a tal projeto de beleza, pelo alto custo deste “aparato estético”, são excluídas e sofrem uma pressão para aderirem aos ditames normativos de beleza.
Não correspondendo a esta “ordem de todo mundo igual” arrisca-se a ser alijada de várias oportunidades e chamada de ultrapassada. Assim como os objetos, devem ser descartadas.
Ocorre assim, uma restrição no mundo existencial, afetando sua vivência em relação a si mesma. A solidão, a culpa, frustração e inadequação são as queixas mais freqüentes, uma vez que são desrespeitas no que lhe é mais próprio, sua singularidade. Teias de relações que massifica e despersonaliza, norteada pelo princípio de que “o que é bom para um é bom para todos”.
Vivemos alguns paradoxos em nossa existência e um deles é a inversão do necessário, ou seja, o imprescindível, pelo que me é possível. Discernir entre o que é necessário do que é possível diante de nossas escolhas é uma tarefa difícil, pois em muitos momentos invertemos os valores das coisas ou situações e deixamos de realizar aquilo que nos é mais próprio.
Dar-se conta de que há um padrão estético imposto pela mídia, de que as escolhas obedecem a uma “concepção de rebanho”, discernir quais são os motivos que na maioria das vezes abrimos mão do que se quer e gosta, em detrimento de um padrão imposto, parece construir um modo de ser mais livre.
Kierkegaard, filósofo dinamarquês, afirma que o eu não é destas coisas a que o mundo dê muita importância. Com efeito, é aquele que menos curiosidade desperta e que é muito arriscado mostrar que se tem. O maior dos perigos, a perda desse eu, pode passar tão despercebido dos homens como se nada tivesse acontecido.


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